31 dezembro 2009
2010 DEZ PRA VOCÊ
21 dezembro 2009
Mezzo a mezzo
Quero escrever, mas ainda estou em busca de um bom assunto. Nesta semana escutei no rádio um pedaço de uma palestra de autoajuda. Já contei pra vocês que sou viciado em rádio AM?
Pois é, tentei gravar duas frases que dariam um belo post, mas esqueci das benditas palavras.
Outro dia, uma menina passeando com seu cãozinho também me despertou uma idéia para um post. A cena foi simples: o cachorrinho fazendo coco, e ela com um saquinho plástico nas mãos. Reduzi a velocidade, estava passando no carro, e achei legal aquilo. O cachorrinho fez o coco e ela recolheu no saquinho plástico. Meu carro já estava quase deixando a cena pra trás, mas ainda deu pra ver direitinho: ela pegou o saco plástico com o coco dentro, deu um nó fechando o saco e... jogou o saco na calçada.
Dá pra entender?
Pois é, mas nao escrevi o post. Deixei para hoje.
Hoje é segunda-feira. Há algumas horas já é verão. Estou nos Ingleses e pedi uma pizza. Meia marguerita, meia toscana. Era um banal pedido de pizza, mas não consegui me decidir pelo sabor. Na dúvida, pedi dois.
As coisas são assim mesmo. A gente vive adiando as decisões, vive querendo experimentar os dois sabores. Medo de escolher? Já escrevi aqui um dia desses, replicando uma frase ouvida por aí, que a cada escolha corresponde uma renúncia.
Decidir. Por que é tão difícil decidir?
E por que é tão mais fácil pedir meia marguerita, meia toscana?
Vou lá, a pizza está esfriando.
14 dezembro 2009
A falta de foco.
Este é o lado bom de orientar muito e ser banca em muito mais. A gente mergulha em assuntos novos, não necessariamente relacionados com a área de atuação.
O lado ruim? Fiquei fora do ar por um bom tempo.
É que as bancas coincidiram com o período de reconhecimento de terreno na DBS. Reuniões com clientes, criação, aprovação e produção de campanhas emergenciais. Tudo junto ao mesmo tempo.
Hoje, por exemplo, passamos o dia na produção e cliques das fotos da coleção inverno da Someday. Foi bom demais, era o primeiro trabalho da modelo. Primeiro no Brasil. Até hoje, ela só tinha fotografado em NY, Londres, Milão e Tóquio. Dá para dizer que foi uma bela estréia em estúdio nacional.
E pra completar o quadro, estamos a alguns dias do Natal. Complicado isso. Natal sempre foi muito complicado, desde os tempos do medo do Papai Noel. A espera da hora dos presentes era angustiante.
Naquele tempo, as horas demoravam mais do que 60 minutos para passar. Hoje em dia, dão a impressão de gastarem cerca de 60 segundos para completarem o giro dos ponteiros. Se as horas voam, o ano viaja a jato.
Pronto. Falei de muitas coisas. Tudo misturado. Um texto bem ao contrário do que tento ensinar em sala de aula. Unidade e foco, gente. Sem foco, nada dá certo. Nem um simples post em um humilde blog. Foco, simplesmente, foco.
22 novembro 2009
Sobre detalhes que não notamos que existem, mas que sentimos falta quando não estão lá.
Poderia falar da alegria que é poder caminhar normalmente, poder correr e pular. Coisas simples que só valorizamos quando estamos com aquela tala de gesso no pé.
Ou falar do silêncio, da tranquilidade de poder ouvir nada quando a gente está sozinho, mergulhado num bom livro. Uma situação corriqueira, que aprendi a valorizar somente quando passei a ouvir este interminável e infernal zumbido 24h.
Mas vou falar de uma coisa aparentemente banal, e que, um dia desses, senti uma falta monumental. Refiro-me ao bip do teclado da caixa automática do banco.
Você já teclou no terminal 24h do banco, sem o som das teclas? Sem o retorno de que seu toque no número foi recebido pela máquina? Pois é, você pressiona a tecla com a ponta do dedo indicador e fica sem saber se a máquina recebeu e compreendeu a informação que você transmitiu.
Comigo foi assim: teclei vários números correspondentes às senhas que sou obrigado a decorar – e que muitas vezes esqueço – e a máquina lá, na sua perturbadora mudez. Não emitiu um “ai” qualquer.
Nem mesmo uma mensagem na tela pra dizer: “continue, você está no caminho certo”. Ao final da operação, deu tudo certo. A máquina, antes indiferente a mim, resolveu me entregar os trocados pretendidos.
Confesso que, depois de pegar o dinheiro, conferir as cédulas e dar as costas para a máquina, ouvi uma risadinha eletrônica. Claro que não ousei girar a cabeça pra olhar pra trás. Achei por bem deixar aquele riso automático também sem resposta.
15 novembro 2009
Sobre advertainement
Neste tempo com o blog em silêncio, queria ter feito pelo menos um comentário sobre a palestra do Walter Longo, que eu não assisti. Havia reservado meu lugar há um mês, mas chegou a noite do evento e eu fiquei na agência.
Há muito tempo venho acompanhando as idéias do Walter Longo, incluindo muita coisa em minhas aulas, principalmente as de pós-graduação. Longo talvez seja nossa maior autoridade em advertainement, a prática de inserir o produto ou marca naturalmente no conteúdo editorial da TV.
Não se trata de meros merchandisings, que, de tão assíduos e descarados, não têm mais a pretensão de disfarçar o discurso. O advertainement, tão inteligentemente defendido por Longo, não utiliza esta técnica de interrupção tão comum na propaganda convencional.
Nele, a marca faz parte do enredo. A mensagem publicitária é passada como entretenimento.
Prometo que amanhã falo sobre isso.
24 outubro 2009
Sobre música e emoção
Passadas as turbulências normais a qualquer mudança, vou tentar retomar as rédeas do blog. E me proponho a escrever sobre um assunto - aparentemente -simples: a música na propaganda.
Sim, vou falar de música, logo eu que não consigo tirar meio acorde de um violão (e olha que já tive dois). Também fui um silencioso proprietário de uma flauta doce, adquirida numa permuta por uma camiseta de goleiro. Sempre joguei na linha, não lembro como eu tinha aquela camisa número 1. O fato é que também nunca tirei uma nota sequer da calada flauta.
Minha experiência com a música sempre se resumiu a escutá-la. Até que comecei a trabalhar em propaganda e tive que começar a pensar em trilhas, selecioná-las ou encomendá-las.
No começo da carreira, o próprio redator dirigia seus spots. E lá ia eu para a saudosa Artec Som, em Porto Alegre, dirigir o Bira Valdez, o Bira Brasil, o Rui Carvalho, o Ivan Fritsh e outros locutores realmente espetaculares. A trilha era escolhida a dedo, à procura de um LP gringo para piratear a música. A Artec, e todas as produtoras da época, tinham coleções intermináveis de bolachões. Uma maravilha. Um pedaço de Genesis, o finalzinho de um Pink Floyd, uma montagem com Gilete e Durex, e estava pronta a trilha do spot.
Muito tempo passou e a música voltou a marcar meu trabalho na série de filmes da Malwee, já nos anos 90, quando compramos os direitos e regravamos músicas do Só pra Contrariar, Isolda, Cidade Negra, Ivete Sangalo, entre outros sucessos.
Mas estes foram casos em que tínhamos verba (lembra dela?) para a produção. Na maior parte das vezes, a solução sempre foi a imprevisível trilha pesquisada, saída de um banco de trilhas qualquer. Às vezes dá certo, às vezes derruba o spot ou comercial.
Não adianta caprichar no texto, escolher um bom locutor, acertar na entonação, se você errar na trilha. O ritmo é fundamental, o clima proposto por ela é vital para a sua peça.
Acertar na música da campanha é meio caminho andado para o sucesso. A música sempre foi, e continuará sendo, a melhor maneira de conquistar o coração do consumidor. Música é sinônimo de emoção.
Mas quando falo em emoção, não me refiro só àquela emoção do choro triste, vale também o sentimento que provoca um riso contido, um sorriso rasgado ou um brilho nos olhos. A emoção do arrepio e do frio na barriga. A sensação de querer escutar de novo, de querer ligar pra emissora e perguntar que música é aquela que tocou no comercial.
Escolher a música certa é tão importante quanto a seleção das palavras certas da locução. Simples assim.
20 outubro 2009
A entrevista
Sim, foi uma longa entrevista e, por isso mesmo, está dividida em 4 blocos.
Se vale a pena conferir todos? Bom, isso somente você pode dizer. Vai lá, assiste e depois volte aqui pra comentar.
16 outubro 2009
A inspiração pra voltar
A resposta é simples como a própria propaganda: voltei porque a inspiração chamou. A vida, quando inspirada, é mais desafiadora, mais instigante, mais apaixonante.
E a inspiração surge do nada. Ela pode subir uma escada, aparentemente sem ser notada. Mas você está de olho. E ela pode olhar pra você com um olhar meio assim, como quem finge não olhar, mas não desvia os olhos sem antes esboçar um sorriso.
É preciso também sorrir pra inspiração. Mas sorrir de um jeito seu. Porque só assim ela te pega, e te conquista. E faz de você um menino de novo. E você quer recomeçar a viver. Viver uma vida inspirada.
Viram porque voltei? A inspiração chamou. E eu voltei.
Simples assim.
13 outubro 2009
O retorno.
Conforme prometido, vou informar a vcs mais uma virada na minha vida.
Vcs sabem que depois de 30 anos como redator e diretor de criação em agências de Porto Alegre e Floripa, resolvi deixar as agências. E, enquanto me dedicava à docência, surgiu um novo rumo na minha vida, que foi a Talk, uma empresa de comunicação digital. Foram quase dois anos de vida on-line na Talk, onde aprendi muito e conheci novos e bons amigos.
Mas a boa e velha propaganda, que sempre esteve impregnada na minha corrente sanguínea, falou mais alto. Pois é, pode preparar aquele feijão preto que eu tô voltando.
E volto para a DBS, a última agência onde trabalhei antes de deixar o mercado publicitário. E volto na hora em que a DBS está se reinventando, em nova sede, em um novo momento. Mas conservando aquela pegada criativa que todos conhecem. A DBS continua enxuta, continua inventiva, continua genial. Continua diferente de todas que eu já conheci.
Por isso volto para a DBS, a partir do dia 16 de outubro. E volto como sócio da Carol Assis. A Carol e a Bia, que saiu da DBS para se dedicar a outros desafios profissionais, fundaram e construíram a agência mais querida de Santa Catarina. Eu apenas quero dar seguimento a este sucesso.
Minha missão é juntar forças com a Carol e a criativa equipe da DBS. É continuar a história de uma agência gestora de marcas fortes e fiéis ao seu estilo. O jeito DBS é diferente. É divertido. É comprometido. É publicitário de corpo, alma e coração.
Voltei. Feliz da vida. Simples assim.
10 outubro 2009
Post teaser
02 outubro 2009
Louca pra casar
24 setembro 2009
Preciso de tempo.
E a pressa é tanta que já não escrevo mais o "para" e passo a usar a contração. Gasto menos tempo com uma letra a menos. A pressa é tanta que os dias passaram a durar 20 horas até virar o amanhã.
Vivo com pressa. Pressa pra aproveitar o tempo. O tempo que não tenho. O tempo que busco, persigo, mas nunca chego a tempo de pegá-lo e pará-lo. É sempre assim, o tempo não pára. Corre. Voa.
Falando nisso, vou correr. Atrás dele. Será que ainda dá tempo?
22 setembro 2009
Sobre uma vovó moderninha e titias nem tanto
Não é foco da linha editorial do blog comentar as novidades publicitárias da mídia. Mas este fato não pode passar em branco.
Você já deve estar sabendo que a ALMAPP BBDO tirou do ar aquele comercial genial que mostrava o diálogo – inteligente – da avó e sua neta. Aquele mesmo em que o Cauã Raymond fazia apenas uma ponta – outra prova da genialidade da ALMAP.
Já comentei isso várias vezes nas aulas. Entre tantas coisas que admiro nas campanhas das Havaianas, é o fato de que eles não utilizam celebridades apenas para recitarem textos mornos sobre o produto. Pelo contrário, o famoso sempre aparece a serviço da idéia, e muitas vezes apenas como escada para a piada.
Mas vamos voltar para o comercial censurado pela opinião pública. Pois é, algumas pessoas, ou algum triste grupo organizado da nossa chamada sociedade civil, andou reclamando que a simpática e moderninha vovó estava incentivando sua neta a praticar sexo sem compromisso.
Um fato lamentável, que vem mostrar, mais uma vez, que o grande problema da sociedade moderna é a falta de assunto, mesmo nesta era de profusão de informações digitais. Pessoas sem assunto, ou sem ter o que se preocupar de verdade, agiram em defesa da boa moral e dos velhos bons costumes.
Mas esse fato lamentável gerou mais uma peça brilhante – e, mais do que isso, inteligente – da ALMAP. E a agência lançou um comercial com a própria vovó comentando que o comercial foi tirado do ar em respeito a quem reclamou. E que, também em respeito a quem o elogia, ele continua no ar na internet.
E, pérola das pérolas, finaliza o texto com o mote de que é moderninha.
Tudo lindo, se não fosse triste. Triste assim.
17 setembro 2009
O sabor da amizade
Nesta semana gravei um vídeo que já está na net falando sobre um amigo e uma de suas especialidades. Falo do Javier, diretor de arte e gourmet, e sua famosa - e saborosa - paella. Se existe uma imagem que bem defina a palavra "espetáculo" é a paella do Javier.
Quer saber mais sobre a Paella ? Vai lá conferir. No vídeo e na Praia Mole, neste sábado.
Adrenalina pós-aula
Hoje foi uma aula diferente. O pessoal da agência de propaganda que atende a Univali foi lá na sala para passar um briefing real para a turma: criar o nome de um programete de TV que eles estão planejando para a faculdade.
Foi uma boa experiência. Turma dividida em grupos, grupos usando a associação de ideias nos seus brains, depois seleção das melhores ideias em cada grupo, e, por último, a turma toda definindo as melhores sugestões.
Nada demais. Tudo demais. Uma aula normal com um exercício. E, como sempre acontece, cheguei na aula cansado depois de um dia inteiro de trabalho na Talk. Ou melhor, a manhã na Estácio e a tarde na Talk.
Mas, como sempre acontece, na sala de aula, depois do boa noite para os alunos, tudo muda. Sai o cansaço e entra a empolgação. Sai o sono e entre a energia. A aula foi boa, foi divertida, foi leve. E muito produtiva. É bom demais fazer aquilo que a gente realmente nasceu para fazer.
Entre tantas coisas, eu acho que nasci para dar aulas. E fazer propaganda. Não sei se faço as duas da melhor maneira, mas me divirto fazendo. E isso é o que importa.
Se você tem um trabalho e não se diverte na sua execução, cuidado. Você pode ter escolhido o caminho errado para ser feliz. Quem sabe não encontrou ainda o grande desafio da sua vida?
Falando em desafio, em paixão pelo que se faz e diversão ao fazer, em breve eu conto uma novidade. Uma grande novidade. Uma boa novidade.
Mas isso eu conto outra hora, em outubro.
07 setembro 2009
Vícios
Falo do vício dos antigos e saudosos ponteiros do futebol, tipos diferentes, que insistiam em jogar futebol equilibrados em um corredor imaginário de 3 metros de largura, paralelo à linha lateral do campo. Sujeitos obcecados pela linha de fundo e cruzamentos certeiros para centroavantes também viciados. Mas em gols.
Falo do vício do jornalista investigativo, aquele tipo Caco Barcelos. Sujeitinho viciado em descobrir notícias onde as pessoas normais veem nada mais do que a rotina sonolenta da vida.
Falo do vício que tive por longos 30 anos, e que até horas atrás pensava que tinha abandonado. O vício de buscar combinações novas para palavras já desgastadas. O vício de falar com pessoas que não conheço, mas que busco sempre entender seus comportamentos e desejos.
Falo do vício de criar propaganda. De pensar propaganda. De fazer propaganda. De viver propaganda 24 horas por dia. Um vício terrível, daqueles que dão prazer. E uma vez que a gente experimenta, nunca mais se livra.
Sim, é uma recaída.
01 setembro 2009
O dia em que o mundo caiu.
Nada funcionará. Ninguém conseguirá mais administrar seu próprio tempo. As pessoas ficarão confusas, esquecerão seus compromissos, não encontrarão mais as anotações que regem suas existências.
Um caos para milhões de vidas.
Um dia que vai entrar para as histórias. A história real e a outra. Sim, porque Nostradamus prevê que as pessoas terão vidas duplas. Uma concreta, outra imaginária. Uma real, outra virtual.
Hoje foi assim. O mundo caiu. Ou melhor, o Gmail caiu.
27 agosto 2009
Tem livro no forno
Mas estou escrevendo, escrevendo, escrevendo... e vendo o livro tomar vida própria. De vez em quando, no meio de um assunto, surge uma frase, um conceito, uma pequena história. E o livro desvirtua de seu trajeto normal.
Ou será que estará aí sua maior virtude?
Acho que o livro está tomando a cara das minhas aulas. E quem já foi meu aluno sabe: vivo saindo do script da aula, conto histórias tão boas de serem contadas (não sei se tão boas de serem ouvidas) que acabo até esquecendo porque puxei da memória aquela ladainha.
Escrever está sendo tão gostoso quanto dar aulas. E isso é bom demais.
Simples e sincero assim.
25 agosto 2009
Fala que eu não te escuto
Mas mesmo falando das lambanças de Brasília, no último post deu pra fazer um pequeno gancho para as empresas que têm medo de entrar nas redes sociais. E o medo é um só: elas temem encontrar consumidores falando mal de suas marcas.
Cá entre nós. Você prefere que falem mal de você pelas costas, sem que você fique sabendo?
“Deixa que digam, o que pensam, o que falam, eu não to fazendo nada... “
Este tipo de raciocínio só dá certo na famosa música do não menos antológico Wilson Simonal. Por falar nisso, você sabia ele se deu mal no mercado fonográfico justamente pelo que começaram a falar dele nos bastidores? Aquela história de dedo-duro da ditadura, má fama que calou sua voz, arrasou sua carreira e que somente agora, há bem pouco tempo, foi devidamente esclarecida. E desmentida. Pena que já era tarde demais.
Então, já que estamos no terreno musical: “é preciso estar atento e forte”.
É preciso estar atento ao que falam sobre a sua marca. É preciso estar atento ao que falam sobre as marcas concorrentes. É preciso estar atento a tudo. E a todos. Assim, a sua imagem estará sempre forte.
E, pelo menos até os próximos 15 minutos, ainda não inventaram nada melhor do que a internet e suas redes sociais para monitorar a voz pública.
Os consumidores estão usando blogs, fóruns, twitter e outras ferramentas para ouvirem a opinião de pessoas que já consumiram determinado produto. Ou já assinaram contratos com determinadas empresas.
É a velha comunicação boca-a-boca, porém com monitoramento e métricas.
E se a empresa contratar alguém especializado em redes sociais poderá, inclusive, entrar naturalmente neste processo de comunicação, procurando – e muitas vezes conseguindo – alterar o rumo da conversa e moldar opiniões.
Mas atenção: no parágrafo anterior está escrito “alguém especializado”. Não basta entregar esta tarefa à filha, namorado da filha ou o estagiário, que vive na internet e tem um blog.
Imagine a cena: um bar lotado e você caminhando entre as mesas. Escutando tudo o que as pessoas conversam. E, de vez em quando, apresentando-se e pedindo para sentar e conversar um pouco.
É mais ou menos assim. Ou nem tanto. Ou nada disso. Depende de você.
22 agosto 2009
Monólogo na Internet
Ontem, o Senador Mercadante foi ao plenário, fazer um pronunciamento. Estava previsto que abriria mão da liderança do PT no Senado. Pelo menos essa era uma decisão anunciada por ele, antecipadamente, como algo inarredável. Falou bem assim, ou usou outra palavra qualquer para passar um conceito de decisão definitiva.
Mas como diz aquela canção: “o para sempre sempre acaba”. E leu no seu discurso uma tal carta do Presidente Lula a ele endereçada. Aquele tipo de carta que é escrita com um único propósito: que seja lida na frente das câmeras e ao alcance dos microfones.
Em outros tempos, as cartas eram mais pessoais. Em anos passados, as únicas cartas que se tornavam assunto geral eram as do tipo reveladoras, sempre divulgadas no último capítulo das novelas da Janete Clair. Mas isso já é outro assunto.
Vamos nos deter na carta do Lula para o Mercadante. Fui lá no site do Senador ler a tal missiva na íntegra. Encontrei que “estamos juntos há 30 anos travando as lutas que interessam ao povo brasileiro e mudando a história do País”.
E, como resultado das frases tão bem escritas, o Senador Mercadante voltou atrás na sua decisão, antes, definitiva. Resolveu continuar líder do PT no Senado. Em outras palavras, resolveu ficar contra a opinião pública, contra a opinião da militância do PT, contra a ética e a favor de Sarney.
Nesses tempos de Internet 2.0, lá no final da carta estava um link para comentários. Como bom brasileiro, resolvi deixar meu comentário. Como bom redator, resolvi caprichar. Foram poucas palavras, breves linhas. Mas sinceras, muito sinceras e respeitosas.
Meu comentário deve ter ficado à espera do moderador. E deve estar esperando até agora. Há pouco, resolvi conferir no site do Senador. Abaixo do texto da carta presidencial, está lá: 0 comentários.
O companheiro Mercadante censurou minha opinião. Como muitos, ele também não quer ouvir a opinião pública, a não ser que ela, claro, concorde com ele.
É mais ou menos o que acontece com muitas empresas que não querem ficar de fora da onda colaborativa e se aventuram em redes sociais. Porém não querem ouvir críticas. Não estão preparadas para as críticas. Aliás, detestam as críticas.
Esquecem, ou não sabem, que Internet é conversação. É diálogo. É troca de opiniões. E elas nem sempre vem do jeito que a gente espera. Ou que gostaria de ouvir.
Se falam mal da sua marca, ouça as pessoas. Converse com elas. E tire da opinião de seus clientes as soluções e correções para o seu produto.
Simples assim, Senador.
16 agosto 2009
Sobre sedução
Falo, é claro, da boa propaganda. Aquela que não busca atingir apenas a cabeça e o bolso do consumidor. Mas o coração. Aquela propaganda que não visa apenas o indivíduo-consumidor, mas a pessoa. A propaganda que não busca o puro, e sem graça, convencimento, mas a desafiadora persuasão.
Enquanto o convencimento fala à razão, a persuasão se dirige à emoção. A persuasão constrói um caminho mais excitante desde a mensagem até a ação. Exige mais do criativo. Exige mais talento, mais técnica, exige mais sensibilidade.
Geralmente, os textos mais persuasivos e bem sucedidos levam em conta mais as crenças dos consumidores do que as próprias características do produto. Identificamos os valores, necessidades e desejos do consumidor e os associamos às características do produto.
Quando se fala em sedução do consumidor, muita gente logo pensa em apelo sexual na mensagem. Historicamente, a palavra sedução carrega uma carga mundana, traduzindo uma espécie de feitiço que levava o indivíduo ao pecado. Sedução, para muitos, ainda é sinônimo de algo libidinoso, proibido, profano.
Na publicidade, a sedução carrega objetos de desejo, de felicidade, de bem-estar e de realização. A sedução aparece como um jogo de promessas e realização. A sedução na publicidade é o que fascina. E conquista.
Simples assim. Ou não.
04 agosto 2009
O triste reality show da politica brasileira.
Falando em Sarney, viram o novo reality show da Globo? Da tribuna do Congresso, o incansável Pedro Simon pediu a saída do bigode de pau. Renan Calheiros (como este cara continua lá - e com muito poder - se há poucos meses ele foi corrido da Presidência do Senado?) entrou em defesa do chefe-senador itinerante.
A peleia foi boa. Simon mostrou que é determinado. Renan confirmou o que é, exatamente o que já sabíamos.
Se tivesse uma arma na certa a empunharia, tal a fúria que seus olhos vidrados demonstravam. Aliás, puxar a arma e atirar contra um senador – matando-o – dizem já foi obra de seu velho pai, em idas épocas, também senador desta nossa hilária República.
Pois é. Tudo isso aconteceu de verdade, ali em Brasília. Aquela cidade simpática, e de céu incrivelmente azul, construída por Niemeyer e os candangos. Não era ficção. Não era cena dirigida pelo Boninho. Era verdade. Era tristeza. Era uma vergonha.
Enquanto isso, nosso popular Presidente rasga sua biografia e se cola em Sarney, Renan, Collor e tantos outros mais.
E agora, Bial?
21 julho 2009
A velha e boa TV conta histórias como ninguém
“A TV não é um meio ultrapassado. A Internet ou qualquer tecnologia interativa é péssima para contar histórias. História exige linearidade e passividade do lado de quem está ouvindo. Tem horas que só queremos uma boa história e para isso, a TV é imbatível. Mas, às vezes, a gente quer atuar, daí, a gente vai chafurdar na internet.”
Mais uma opinião, e de peso, que atesta: mídia nova não mata mídia velha. Apenas a força a se repensar e reestruturar. Tem público para todos. Briefings e idéias também.
20 julho 2009
Ainda sobre o silêncio
O verdadeiro silêncio é intencional. É inerente à situação. O silêncio é a trilha do vácuo.
Falou-se muito há uma semana na chegada do homem na Lua. Naquele dia, eu estava lá, na frente da TV, assistindo ao vivo e sem cores. (sim há exatos 40 anos. sim, eu tinha 10 anos). E o silêncio fazia parte do cenário. A Lua, a tão sonhada e cantada Lua, era um belo e misterioso deserto silencioso.
Um silêncio que foi quebrado pelas palavras do Armstrong, que falou algo pronto, sobre passos pequenos de um grande avanço da humanidade. Mas, eliminando-se a frase feita e pontuada pela antítese de efeito, o silêncio estava lá. Envolvente, absoluto, lunar.
É este silêncio completo que não sou mais capaz de ouvir. Talvez já tenha falado aqui sobre este zumbido que me acompanha nas horas acordadas da vida. Um zumbido linear, monótono, sem graça. E cansativo.
Queria escutar de novo o silêncio. Queria ir pra Lua pelo menos uma vez. Desceria da nave sem frases prontas, sem jogos de palavras. Sem dizer nada. E sem escutar nada.
Na Lua, os redatores esquecem de indicar a trilha.
19 julho 2009
O silêncio
Raras vezes visitei meu blog apenas para ler minhas frases passadas. Pra falar a verdade, acho que foram duas vezes apenas. Li meus primeiros posts. Gostei do que li. Não pelo estilo, pelo jogo de palavras ou pelas mensagens. Nada disso. Gostei porque eu estava estreiando uma nova (para mim) maneira de escrever. Mais solta, mais minha, mais descompromissada com o leitor.
Bem diferente de escrever um anúncio onde tudo é voltado para quem lê. Sempre encarei meu blog (viram o pronome possessivo ali?) como um instrumento a serviço do meu (de novo!) prazer de escrever.
Aliás (sempre quis usar esta palavra em alguma frase), no primeiro post falei exatamente isso: escreveria aqui o que eu desejasse, afinal era a primeira vez que escrevia sem briefings ou encomendas. E gostei tanto de escrever os posts que não parei mais.
Ou melhor, parei uma semana atrás. Mas, agora, retomo o blog, mesmo sem assunto. Na verdade, pretendia escrever sobre o silêncio. Sobre como o silêncio comunica. Como o silêncio passa suas diversas mensagens.
Mistério. Suspense. Emoção. Êxtase. Solidao. Ausencia.
Paro por aqui porque o teclado nao esta mais colocando acentos nas palavras. E silencio tem circunflexo.
09 julho 2009
Leite Derramado. O post completo.
"Escrevi aqui, outro dia, que estava lendo Leite Derramado, de Chico Buarque. Terminei já há alguns dias. Por que não escrevi este post antes? Falta de tempo e também de assunto. Não sabia o que dizer sobre o livro. Se gostei. Se não gostei. Enquanto pensava, lia outro livro. Mais um do Scott Turow, mas isso é assunto pra outro post.
Sobre o Leite Derramado, que eu não sabia se estava gostando ou não, agora confesso: gostei.
Chico, já li e ouvi tanto dele que posso cometer essa intimidade de tratamento, descreve as memórias de um homem centenário que faz um “review” (o termo é meu) da sua vida e da história da sua família.
O livro é um monólogo dirigido a quem quiser escutar: sua filha, as enfermeiras ou a você (no caso, eu). E no seu monólogo, às vezes delirante, ele faz desfilar toda a história decadente da sua família – e da própria aristocracia brasileira – ao longo dos anos.
Assim, de página em página, vamos sendo apresentados a uma decadência social e econômica, entrelaçada à história desse nosso país.
Na verdade, o livro é uma saga, ou minissaga (ou será mini-saga???) já que o romance inteiro não tem mais do que 200 páginas. E traz uma história embaralhada cronologicamente, afinal trata-se da memória de um velho de 100 anos.
E este é o aspecto criativo no livro do Chico Buarque. Um discurso meio desarticulado, por isso, curioso. E criativo. A gente chega a se sentir neto daquele velhinho ex-burguês e solitário no leito de um hospital público.
Trat-se de um monólogo, mas não é chato como a maioria deles. Chico (já estou íntimo) consegue criar imagens fortes e nítidas com sua prosa elegante e fluente. Ele descreve pessoas que, de tão detalhadas, tornam-se visíveis aos olhos do leitor. Duvido que alguém que leu o livro não tenha na frente dos olhos a exuberante figura de Matilde.
Bem, já escrevi muito. Se você se interessou pela história, vale a pena conferir. Não é nenhum Budapest, mas é um belo Brastemp."
08 julho 2009
Leite Derramado de Chico Buarque. Vale a pena ler?
O livro de Chico traz um monólogo de um velhinho centenário no leito de um hospital público. Um monólogo dirigido a quem quiser escutar: sua filha, as enfermeiras ou a você (no caso, eu). E no seu discurso, às vezes delirante, ele faz desfilar toda a história decadente da sua família – e da própria aristocracia brasileira – ao longo dos anos.
Quer saber mais sobre o livro? Dê uma conferida lá no blog DeCabeceira, onde publiquei um post-crítica sobre o livro.
Vale a pena ler. O post? O livro? Vc decide.
07 julho 2009
Cheio de assuntos. Vazio de ideias.
Pois é. E você pensa em MJackson, Chacrinha e Sérgio Malandro. Pensa em Marcelo Tas, São Pedro e Dom Pedro. Pensa na Rainha Louca, na orelha de Van Gogh e Mané Garrincha.
Você está cheio de assuntos, todos os assuntos, menos o seu assunto.
Criar propaganda sem um briefing definido é mais ou menos assim. Você pode pensar em tudo, e tudo parece ser solução. Qualquer idéia mirabolante parece resolver o problema, porque, na verdade, você nem sabe muito bem qual é o problema.
Definir a pergunta é fundamental para se encontrar a resposta.
Por isso, na próxima vez em que você for criar um anúncio, um cartaz ou uma campanha, comece escrevendo na página em branco o problema que você deve resolver.
E se concentre nele. O resto é consequência. Simples assim.
03 julho 2009
Questão de Foco
Então, a gente acaba ficando a mercê de todos estes impulsos e informações. E o foco naquilo que você estava, ou deveria estar, fazendo? Em qual das janelas ele se perdeu?
Dá-lhe Twitter. Dá-lhe Skype. Dá-lhe MSN. Dá-lhe Orkut. Dá-lhe e-mail.
Não estou aqui querendo dizer que todas estas poderosas e valiosas ferramentas são do mal. Nada disso.
Quero apenas dizer que não dá para perder o foco.
Com foco vc produz mais. Com foco vc aprende mais.
Se é hora de Twitter, foco no Twitter. Se é hora de ler e responder e-mails, foco nos e-mails. Se é hora de conversar ao vivo (lembra como é?) foco na pessoa.
Não faça como aquele diretor de agência que te chama pra reunião e fica monossilábico com vc, enquanto lê e responde e-mails. Sem ao menos olhar pra vc.
E, finalmente, na hora de criar foco total no briefing. Ali é que estão as soluções.
Tudo é questão de foco. Simples assim.
30 junho 2009
Vc já leu uma entrevista com Deus?
Quem é Eugenio Mohallem? Tudo o que desejo ser na minha próxima encarnação. Se existe justiça neste universo, todo redator deve ter oportunidade de ser Mohallem por um dia.
A Internet não pode esquecer as pessoas
Falo da autoalimentação, ou seja, buscar referências apenas nela mesmo. Explico: fala-se tanto em Orkuts, Twitters, Blogs, Flickers e outras mídias sociais, que se corre o risco de falar, falar e pouco fazer.
Este sempre foi o erro de muitos publicitários e suas agências convencionais. A propaganda alimentada pela propaganda. Comercial servindo de matéria-prima para comercial.
A Internet pode estar tomando este rumo. Estamos tão encantados com a web e suas possibilidades que podemos acabar esquecendo todo o resto.
É preciso ter muito claro e presente que a maior referência é a vida, são as pessoas. É preciso levantar os olhos e enxergar além do monitor.
Claro que é válida toda esta troca de informações e estudos sobre a Internet e suas ferramentas. Mas não perder de vista as pessoas é vital. Simples assim.
29 junho 2009
Duas profissões. Dois prazeres. Dois vícios. Um agradecimento.
Com o tempo, pouco tempo de lá até aqui, fui tentando aprimorar um estilo de ensinar e assimilar as técnicas do magistério. Aos poucos fui acertando a mão, tentando levar para a sala de aula um pouco da minha experiência profissional, aliada à teoria de bons autores.
Desde o primeiro dia da profissão de professor eu recomecei a estudar. E não parei mais. Hoje - tenho certeza - leio, estudo e aprendo muito mais do que nos tempos de aluno, que, aliás, não estão tão distante assim, visto ter terminado a graduação em 2005. Preparar uma aula é, simplesmente, aprender. E isso é bom demais. Verdadeiro vício.
Por que o assunto?
Na semana passada, eu soube que a Direção da Estácio de Sá SC fez um ranking de seus mais de 300 professores, de acordo com as 4 últimas avaliações semestrais feitas pelos alunos.
Em 1º lugar, com toda a justiça, vem a professora Márcia Alves, com quem eu também aprendo sem parar.
Este destaque nesta recente profissão tem um sabor especial, bem melhor do que os prêmios publicitários já recebidos na minha "jurássica" carreira. Aqueles eram dados por jurados, na maioria das vezes, publicitários como eu. Assim como também já fui jurado e concedi vários prêmios.
Este ranking é diferente. Tem um sabor diferente. Foi definido por quem realmente interessa no processo: o aluno. Ou, como diríamos nós, publicitários, o famoso e importante público-alvo.
Assim, pra terminar este post, que já está longo demais, quero agradecer aos alunos, é claro. Vocês não imaginam como é bom vivenciar as aulas com vocês.
Ensinar é como criar um anúncio. Puro prazer. Maravilhoso vício. Simples assim.
25 junho 2009
Banca de TCC é o que é
Hoje às 21h foi a minha última banca de TCC lá na Estácio neste semestre. Revisando minha agenda, noto que foram 10 bancas em uma semana, sendo 5 delas dos meus orientandos: Carolina Barreto, Fernanda Porto, Heloisa Sprada, Ana Paula Martins e Daniel Souza.
Os assuntos foram variados: da campanha socioambiental da Coca- Cola ao posicionamento de evento-espetáculo do Super Bowl, passando pela campanha Adotar é Tudo de Bom da Pedigree, as estratégias ambientais da Osklen e as "personalidades" do Big Brother Brasil como lançadoras de modismos e modinhas.
Pela variedade de assuntos e temas, dá pra notar que orientar é um grande barato. A gente realmente aprende mais do que ensina. E a sensação de construir um trabalho de pesquisa com profundidade de análise com os alunos é a grande recompensa.
Aos meus orientandos, parabéns pelas monografias vitoriosas e obrigado pela oportunidade de estar com vcs neste momento tão importante.
Aos demais alunos, que me encontraram em suas bancas, também a homenagem e agradecimento pelo convite. Valeu mesmo.
Pós-aula é isso aí.
O ponto incial foi a ditadura da ideia visual na propaganda atual. Este conceito é meu: ditadura mesmo. Não que os anúncios visuais premiados de hoje em dia, e dignos de anuários, sejam ruins. Longe disso. A maioria é genial. O problema é criar um preconceito contra anúncio com texto. O problema é pegar o briefing e já começar a perseguir uma ideia "sem texto". Como se fosse antigo criar anúncio que tenha texto.
Digo, insisto, repito sempre que lembro - minha memória é ruim de verdade - e tenho vontade de afirmar em um longo texto: tem muito redator por aí que não sabe mais desenvolver um bom texto. De tanto criar "anúncios com ideias visuais" acaba atrofiando a maravilhosa vocação da escrita.
Sempre falo que se existe uma regra para a propaganda, esta é a lei do depende. Alguns clientes, alguns produtos, alguns públicos, fazem por merecer um bom texto. Longo ou não. Mas sempre um bom texto, é claro.
Hoje, falamos bastante sobre isso. Alguns alunos já estão no mercado publicitário e isso sempre rende uma boa discussão.
Mais adiante discutimos outro assunto polêmico: a propaganda manipula as pessoas?
Já são 00h15 de quinta. A manipulação, ou não, fica para um próximo post.
17 junho 2009
O redator não foi na filmagem?
Na segunda-feira foi lançado um comercial do novo Ford Fusion. Grande ideia, poderosa ideia. O filme utiliza a linha criativa que alguns chamam de "dar volta às coisas", ou seja, a história se encaminha para um final que, de repente, é alterado de maneira radical. O famoso final inesperado. Não vou contar a história aqui, vale a pena conferir no YouTube ou na TV mais perto de você.
O assunto do post não é a ideia genial. Mas o erro que o comercial traz. Hoje à tarde, fui alertado pelo @levipedroso. Fui conferir e não deu outra: o redator não deve ter acompanhando as filmagens.
Qual o erro? Preste atenção nos diálogos do comercial. Tem uma frase que é repetida: "onde você pretende estar daqui 5 anos?". Certamente o roteiro trazia a frase correta, com a expressão "daqui a 5 anos".
Como o erro passou? Quem já foi a um set de filmagem sabe o stress que rola, a repetição das cenas, onde é preciso monitorar de tudo. Do movimento da câmera ao reflexo no talher. E como a equipe tenta cuidar de tudo, às vezes escapa um detalhe. Neste caso, mais do que um detalhe. A grande frase do comercial foi falada de maneira errada pelos atores.
Será que ninguém percebeu? Bom aí, somente estando lá para saber. Lá na filmagem, ou na edição. Quem sabe se justamente a cena onde eles erraram a frase não tenha sido a melhor? A única "boa"?
Pena, porque a ideia é demais. E a trilha é maravilhosa, pontuando o comercial da maneira exata. Dando ritmo e estilo. Preste atenção.
15 junho 2009
Sobre Faustão, Pretinho Básico e a propaganda
Vamos lá: quem conheceu o Fausto Silva antes de virar o Faustão da Globo pode recordar comigo: o Perdidos na Noite que ele apresentava aos sábado da Band tinha uma linguagem meio anárquica para os padrões televisivos. Não só pelos palavrões ditos com a naturalidade de quem diz um bom dia ao porteiro, mas pela maneira descompromissada de levar o programa, suas entrevistas e seus assuntos.
Fausto Silva, com o seu Perdidos, era cult.
Até que surgiu a Globo e transformou Fausto Silva no Faustão das camisas terríveis de hoje. O pior é que a mutação não foi apenas no visual. A Globo transformou um talento inovador em um repetidor de fórmulas comportadas e consagradas. Fórmulas controláveis. E este é o ponto do post. A maneira como domesticaram o Fausto é a maneira como domesticam também a audiência. Domesticados são controláveis, previsíveis, não oferecem riscos.
Quer saber o susto que Fausto deu na sua estréia na Globo? Assista no YouTube o primeiro Faustão da Globo. Vc verá um cara que entra pela primeira vez no palco da Globo – ou do Brasil? - sem se preocupar com as câmeras, sem obedecer marcações de cena. Ele entra e passa direto pelas câmeras, que são obrigadas a enquadrá-lo de costas (um sacrilégio para o padrão Globo). E Fausto vai até o auditório, e libera seu palavreado pop e natural.
Mas Fausto virou Domingão. Será que se acomodou? Será que se entregou aos contratos milionários? Será que ele não lembra mais como ele era bom no que fazia?
Não quero generalizar, mas esta mudança do Fausto Silva tem tudo a ver com o jovem criativo que começa na agência. Chega cheio de gás e novas idéias. Quer conquistar Cannes, Londres e o mundo. Deseja inovar, descobrir novas e inusitadas maneiras de dizer a mesma coisa de sempre. E no começo até consegue. Mas logo, o padrão vigente acaba com ele. Ou, melhor, enfraquece. Vai minando e aniquilando aos poucos. Vai colocando uma pedra aqui, outra ali. Uma parede aqui, outra ali. E vai dificultando sua caminhada a Cannes ou Gramado.
Conversa pessimista? Nada disso. Apenas um aviso para os Faustos e Faustas que chegam às agências. Não deixem que transformem a suas carreiras em um Domingão do Faustão. Simples assim.
12 junho 2009
Um site da Criação Catarinense
Vale a pena.
08 junho 2009
A febre reality não é show
06 junho 2009
Balanço do T.I. na Estácio
Banca da 1ª Fase: a turma me surpreendeu. Em um determinado momento do semestre tinha a impressão de que não sairia nada de bom. Cheguei a dar esporro geral em aula, papo sério e pesado. Chegou a hora da banca e não é que a turma se revelou? Primeira fase com pegada publicitária nas peças. O briefing era criar uma campanha estimulando a adoção de animais de rua. Cada grupo pegou um caminho. E teve campanhas com um leve humor, campanhas com caricaturas muito engraçadas, teve abordagem mais emotiva, linha séria. Ficamos impressionados.
Bancas da 2ª Fase: quem leu o blog do Diego já sabe. A segunda fase deu show de criatividade. O briefing era resolver a transição da marca All Star para Converse. O resultado bem que poderia ser visto na mídia. Várias campanhas merecem ser veiculadas de verdade. Impressionante mesmo, tanto que o pessoal lá da Estácio Rio, que estava em Floripa, assistiu a banca da noite, leu os trabalhos da manhã, e saiu dizendo que as oitavas fases deles não chegam nem perto. Textos publicitários mesmo, layouts maravilhosos. Pelo que a segunda fase apresentou, o nível da propaganda catarinense vai melhorar daqui a pouco tempo. Bem pouco.
Bancas da 3ª fase: eles tinham um problema nas mãos. Conseguir dinheiro para o projeto Tamar. E foram à luta com talento e disposição. Muitas soluções de mkt ambiental, todas divulgadas por campanhas criativas e inusitadas. De novo: algumas campanhas mereciam estar na mídia. Foram criados personagens, criados selos de certificação, histórias em quadrinhos, ilustrações, fotos, textos. Tudo de uma criatividade incrível. Sempre achei que o TI da terceira fase é o mais difícil e complicado, porque traz um problema de mkt para ser resolvido. Em compensação, as soluções encontradas enchem os olhos da gente.
Bancas da 5ª fase: foi incrível também. Se o marketing da Marisol estivesse presente nas bancas, teriam assinado vários cheques. A turma conseguiu resolver um grande problema da marca, que é a comunicação com crianças de 5 a 10 anos. E resolveu de várias maneiras diferentes. Todas criativas. Demais, até. Teve realidade aumentada em anúncios e nas vitrines, teve anjos e suas asas mágicas, teve grafites, mundo dos sonhos, rock e globais. O que não faltou foi criatividade nos textos e na direção de arte.
Hoje, sábado, os professores se reuniram e decidiram, por votação, os prêmios de criatividade. Foi bem difícil. Acho que nunca tivemos tantas campanhas merecendo ouros e Grand Prix. Os resultados serão divulgados, em grande estilo, na Festa do dia 19, no Floripa Music Hall. Um palco à altura de tantos talentos.
Este post já está maior do que deveria, por isso paro por aqui. Foram 492 palavras escritas, mas faltou uma: PARABÉNS!
04 junho 2009
03 junho 2009
Dica: curso de fotografia na Guarda do Embaú
Até aí, nada demais. O legal é que o curso acontecerá na Praia da Guarda, e a inscrição dá direito à hospedagem na Pousada do Plínio (com café da manhã incluído).
É um curso básico, pra iniciantes da fotografia digital e fotógrafos amadores.
A paisagem e a bagagem profissional dos professores-fotógrafos garantem a qualidade do curso.
Para onde vc apontar a câmera terá um visual especial, esperando para ser clicado.
Vale a pena se informar melhor pelo p.bordin@terra.combr
31 maio 2009
Um sábado de T.I.
23 maio 2009
Internet, interação e controle social
Na palestra, Fred analisou a tecnologia como ferramenta de controle social, um controle que não será exercido por um grande irmão (Big Brother da obra 1984, de Orwell) mas sim por milhares de pequenos irmãos que se vigiam mutuamente pelas redes sociais.
O desejo inerente ao ser humano de controlar as relações sociais fez (faz e fará) surgir inúmeras aplicações 2.0 para ampliar ainda mais o poder de ação dos indivíduos.
Nesse cenário, o foco deixa de ser o objeto tecnológico e passa a ser a própria interação entre pessoas, uma interação possibilitada e mediada pela ferramenta.
Assim, tudo é interação social, mas com ela vem o controle. Você tem um celular não porque você deseja, mas porque as demais pessoas com as quais você se relaciona querem.
A interação, seja por meio de um papo no bar ou no Twitter é uma necessidade. Viver é interagir.
E, agora, a minha conclusão: temos que tomar o máximo cuidado para não passarmos de pessoas para simples profiles.
18 maio 2009
Twittei
Velhas novidades
Pensando bem, este termo “novas mídias” de novo não tem nada. Houve um tempo, distante para quem tem 19 ou 20 anos, afinal representa metade da sua vida, em que uma simples placa em lata de lixo era considerada uma nova mídia. Ou mesmo uma toalha promocional na mesa de um bar.
Hoje tudo isso é ideia velha, do tempo em que nem se pensava em grafar ideia sem acento. O tempo passou rápido e novas mídias surgiram deixando aquelas velhas novas mídias coisa de ontem ou de antes de ontem.
É claro que vou focar minha palestra na Internet. É claro que vou falar bastante sobre mídias sociais. É claro que vou fazer chover no molhado.
Internet é mídia nova? Pode ser, mas não tão nova assim. A velocidade com que ela está se transformando é tão alucinante que a novidade de hoje pela manhã não impressiona mais ninguém no final da tarde.
Alguns profetizam que o jornal e as revistas impressas em papel sumirão do mapa em 2020. Outros, não menos estudiosos do universo midiático, duvidam disso.
A verdade é que nós todos, os publicitários e as pessoas sadias, estaremos convivendo harmoniosa e pacificamente com as mídias da nossa época. Sejam elas chamadas de tradicionais, novas, off-line ou on-line.
Tudo é mídia. Tudo é mensagem. Tudo é novo. Tudo é velho.
17 maio 2009
A importância da revisão
A universidade prometeu investigar para descobrir quem errou.
04 maio 2009
La garantia.
Pois é, sempre que esta pergunta surgiu em alguma reunião com cliente, e sempre que cabia a mim a resposta, eu procedi da mesma maneira. Três segundos de silêncio, inspira fundo, e as palavras começavam a sair calmamente articuladas, bem pensadas. Muita calma nesta hora.
Como dizer para o cliente que a tua idéia é resultado da observação do dia-a-dia das pessoas? Como explicar que aquele filme, que vai custar 120 mil reais de produção, foi criado a partir de uma conversa com a senhora que faz a faxina na agência? E que tudo o que ela falou foi cruzado com as informações do briefing?
É mais fácil começar falando no plano de mídia, nos GRPs, nos CPMs, IBOPES e IVCs. Argumentação técnica e racional é sempre melhor compreendida, parece ter mais força.
Depois de falar do acerto do plano de mídia, de como cercamos o público-alvo, era hora de defender um pouco mais o conceito criativo.
Enfim, sempre preparei um pouco a resposta que ele desejava ouvir: afinal, quem garante que tudo isso vai dar certo?
A resposta? Quem garante é a publicidade. Ela garante. Ela dá certo.
Simples assim.
03 maio 2009
Agora, estou também no DeCabeceira
26 abril 2009
Dicas de boas maneiras na comunicação via web - 3
Quando você receber e-mail cujo remetente enviou com uma série de pessoas copiadas, e você quiser responder a ele, e somente a ele, não esqueça de conferir se a sua mensagem não está indo para todas as pessoas copiadas lá. Existem duas maneiras de você responder ao e-mail: somente ao remetente ou a todos que estão na lista. Nada mais chato do que receber uma mensagem que não tem nada a ver com você.
Outra dica: escreva sempre no “subject” (assunto) do e-mail algo que realmente identifique o assunto tratado no texto. Muitas pessoas, geralmente as que recebem muitos e-mails por dia, escolhem pelos assuntos aqueles que irão ler ou simplesmente deletar (apagar do computador). Assim, seja claro e conciso ao escrever o assunto do seu e-mail.
25 abril 2009
Dicas de boas maneiras na comunicação via web - 2
:-) Sorriso.
;-) Piscar o olho.
:-( Cara de insatisfação.
:-() Cara de surpresa e espanto.
:-I Indiferença, não-compreensão.
Dicas de boas maneiras na comunicação via web - 1
Quando você escrever um e-mail ou mesmo mandar mensagens por chat, Orkut, MSN ou Skype, evite escrever palavras em caixa alta (maiúscula) porque ESCREVER USANDO APENAS MAIÚSCULAS PASSA A NÍTIDA IMPRESSÃO DE QUE VOCÊ ESTÁ GRITANDO. Assim, quando você quiser destacar uma frase, expressão ou palavra, use bold (negrito) ou coloque o que você quer destacar entre *asteriscos*.
Outra boa dica é escrever suas mensagens sempre de maneira clara, breve e objetiva. A maioria das pessoas com as quais você se relaciona na net somente vai lhe conhecer pelo que você escreve. E também pelo modo como escreve. Assim, evite os erros gramaticais ou de digitação, revise o que você escrever e confira se está claro o que você deseja comunicar. Evite usar dez palavras para expressar o que poderia ser comunicado com apenas cinco.
18 abril 2009
Outra boa dica
Uma dica “Europeana”
13 abril 2009
Tendência ou obrigação?
Enquanto isso, em SP, as agências de ponta, que sempre ditam as tendências, anunciam a abertura de seus núcleos de comunicação digital. Não dá mais pra fingir que a web é uma midiazinha de jovens sem nada mais sério para fazer do que navegar e bater papo.
Hoje mesmo, no final da tarde, passei em uma agência e bati um papo interessante, ou melhor, no meio do papo ouvi uma pergunta interessante: abre aspas – Então, quer dizer que as empresas podem usar o Orkut pra anunciar? Como se faz isso? Nunca notei! – fecha aspas.
Pois é. Pelo menos este meu amigo foi sincero e deixou bem claro que não tem idéia de como utilizar o Orkut, por exemplo, em uma campanha para um cliente. Rapidamente comentei com ele algumas maneiras de utilizar a net para reforçar o relacionamento entre marcas e pessoas.
A Internet, e suas Mídias Sociais, estão aí dando sopa para completar os planos de comunicação que as agências vendem para seus clientes. Que tal acrescentar no seu plano uma pitadinha de Orkut, um leve tempero de Flickr, um toque de Twitter ou uma boa dose de Ning?
Está mais do que na hora de as nossas agências montarem seus núcleos de comunicação digital. O campo de trabalho para nossos profissionais ampliaria, assim como aumentaria a eficiência de nossas campanhas.