25 agosto 2009

Fala que eu não te escuto

Nos últimos dias, falei sobre política. Não que eu tivesse a intenção de fazer política partidária. Longe disso. O assunto foi mesmo a política nacional porque não deu pra fugir do tema. Só isso.

Mas mesmo falando das lambanças de Brasília, no último post deu pra fazer um pequeno gancho para as empresas que têm medo de entrar nas redes sociais. E o medo é um só: elas temem encontrar consumidores falando mal de suas marcas.

Cá entre nós. Você prefere que falem mal de você pelas costas, sem que você fique sabendo?

“Deixa que digam, o que pensam, o que falam, eu não to fazendo nada... “

Este tipo de raciocínio só dá certo na famosa música do não menos antológico Wilson Simonal. Por falar nisso, você sabia ele se deu mal no mercado fonográfico justamente pelo que começaram a falar dele nos bastidores? Aquela história de dedo-duro da ditadura, má fama que calou sua voz, arrasou sua carreira e que somente agora, há bem pouco tempo, foi devidamente esclarecida. E desmentida. Pena que já era tarde demais.

Então, já que estamos no terreno musical: “é preciso estar atento e forte”.

É preciso estar atento ao que falam sobre a sua marca. É preciso estar atento ao que falam sobre as marcas concorrentes. É preciso estar atento a tudo. E a todos. Assim, a sua imagem estará sempre forte.

E, pelo menos até os próximos 15 minutos, ainda não inventaram nada melhor do que a internet e suas redes sociais para monitorar a voz pública.

Os consumidores estão usando blogs, fóruns, twitter e outras ferramentas para ouvirem a opinião de pessoas que já consumiram determinado produto. Ou já assinaram contratos com determinadas empresas.

É a velha comunicação boca-a-boca, porém com monitoramento e métricas.

E se a empresa contratar alguém especializado em redes sociais poderá, inclusive, entrar naturalmente neste processo de comunicação, procurando – e muitas vezes conseguindo – alterar o rumo da conversa e moldar opiniões.

Mas atenção: no parágrafo anterior está escrito “alguém especializado”. Não basta entregar esta tarefa à filha, namorado da filha ou o estagiário, que vive na internet e tem um blog.

Imagine a cena: um bar lotado e você caminhando entre as mesas. Escutando tudo o que as pessoas conversam. E, de vez em quando, apresentando-se e pedindo para sentar e conversar um pouco.

É mais ou menos assim. Ou nem tanto. Ou nada disso. Depende de você.

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