Sempre falo nas aulas de redação publicitária III que os roteiros devem ter indicação de trilha. Uma cena em uma rua movimentada, onde acontece um diálogo, deve ter uma trilha. Uma música ou algum efeito, ruído, barulho, sei lá, em segundo plano. Nesta cena, o silêncio seria mero esquecimento do redator quanto à indicação da trilha.
O verdadeiro silêncio é intencional. É inerente à situação. O silêncio é a trilha do vácuo.
Falou-se muito há uma semana na chegada do homem na Lua. Naquele dia, eu estava lá, na frente da TV, assistindo ao vivo e sem cores. (sim há exatos 40 anos. sim, eu tinha 10 anos). E o silêncio fazia parte do cenário. A Lua, a tão sonhada e cantada Lua, era um belo e misterioso deserto silencioso.
Um silêncio que foi quebrado pelas palavras do Armstrong, que falou algo pronto, sobre passos pequenos de um grande avanço da humanidade. Mas, eliminando-se a frase feita e pontuada pela antítese de efeito, o silêncio estava lá. Envolvente, absoluto, lunar.
É este silêncio completo que não sou mais capaz de ouvir. Talvez já tenha falado aqui sobre este zumbido que me acompanha nas horas acordadas da vida. Um zumbido linear, monótono, sem graça. E cansativo.
Queria escutar de novo o silêncio. Queria ir pra Lua pelo menos uma vez. Desceria da nave sem frases prontas, sem jogos de palavras. Sem dizer nada. E sem escutar nada.
Na Lua, os redatores esquecem de indicar a trilha.
O verdadeiro silêncio é intencional. É inerente à situação. O silêncio é a trilha do vácuo.
Falou-se muito há uma semana na chegada do homem na Lua. Naquele dia, eu estava lá, na frente da TV, assistindo ao vivo e sem cores. (sim há exatos 40 anos. sim, eu tinha 10 anos). E o silêncio fazia parte do cenário. A Lua, a tão sonhada e cantada Lua, era um belo e misterioso deserto silencioso.
Um silêncio que foi quebrado pelas palavras do Armstrong, que falou algo pronto, sobre passos pequenos de um grande avanço da humanidade. Mas, eliminando-se a frase feita e pontuada pela antítese de efeito, o silêncio estava lá. Envolvente, absoluto, lunar.
É este silêncio completo que não sou mais capaz de ouvir. Talvez já tenha falado aqui sobre este zumbido que me acompanha nas horas acordadas da vida. Um zumbido linear, monótono, sem graça. E cansativo.
Queria escutar de novo o silêncio. Queria ir pra Lua pelo menos uma vez. Desceria da nave sem frases prontas, sem jogos de palavras. Sem dizer nada. E sem escutar nada.
Na Lua, os redatores esquecem de indicar a trilha.
4 comentários:
Já estou sentindo faltas das suas aulas, Palermo. Ainda mais sabendo que não terei mais até o final do curso. Ainda bem que ainda há o blog para sentir, pelo menos, um gostinho.
Leo, tb vou sentir falta de vc e tua turma. Dava trabalho pra manter um minimo de silêncio, mas sempre foi uma turma muito boa e amiga. A gente se encontra pelos corredores, ou em banca de TCC. Quem sabe? Abraço.
Lindo texto, Palermo. Em alguns momentos, realmente o silêncio é a melhor trilha. Abraço! P.S. sabia que já estou sentindo falta da faculdade? Não imaginava que ia ser tão rápido... :)
mas eu era obrigada a comentar.
que texto!
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