Quem escreve, e eu falo de propaganda, está enfrentando um perigoso inimigo. Não a falta de idéias ou a eterna busca da melhor combinação de palavras. O problema é a falta de atenção do público. São tantos os apelos que as pessoas não estão mais se concentrando nas mensagens. Tudo passou a ser parte da paisagem. Tem texto para ler atrás do ônibus e na placa da esquina, texto falado no rádio, texto escrito nos jornais e revistas, texto longo, texto telegráfico, texto em site, texto pra cachorro e pra dono de cachorro. Sem contar os blogs que se multiplicam feito roedores.
A princípio, o problema pode estar nas pessoas que não conseguem mais se concentrar e prestar atenção em nada, principalmente devido ao ritmo frenético da dita e famosa vida moderna. Mas talvez a solução fosse analisar os textos, que estão cada vez mais superficiais, genéricos e sem graça. Marcas frias falando para um público-alvo.
Os bons livros continuam prendendo seus leitores até a página final. E se conseguem esta proeza, é porque têm um ingrediente fundamental: são interessantes.
Neste cenário, concordo com Walter Longo e acredito que a briga da propaganda do século XXI não será pela simples audiência medida em números de pesquisas, mas pela atenção do público.
As pessoas estão vendo os nossos anúncios e filmes, afinal são veiculados seguindo planos de mídia eficazes, que garantem um número suficiente de impactos. O problema é outro, justamente a falta de atenção.
A solução talvez seja se mostrar interessante ao público, construir uma abordagem inteligente e, principalmente, não fazer do comercial ou anúncio um grande intruso na programação da TV e páginas de revista. Você conhece alguém que assiste a um filme para ver os comerciais? Pretendo voltar a este assunto.
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